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Em recuperação judicial, Azul prevê redução de 35% em sua frota futura

A Azul atualizou seu plano de negócios ao entrar com o pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos. Para eliminar mais de R$ 2 bilhões de dívidas financeiras, um dos pilares do projeto é reduzir em mais de 35% a quantidade de aeronaves da frota futura.

Em comunicado, a Azul afirmou que, ao entrar no Chapter 11 em Nova York (o Capítulo 11 da Lei de Falências dos EUA), espera “readequar contratos de leasing e otimizar sua frota, com o objetivo de emergir com maior flexibilidade e sustentabilidade operacional e financeira”.

Até o fim de março, a Azul contava com uma frota de 184 aviões e tinha a previsão de chegar a 201 aeronaves até o fim deste ano e 218 até 2027. Agora, a companhia atualizou os números para 170 (2025) e 172 (2027).

De acordo com a apresentação a investidores, enviada pela Azul à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o objetivo em diminuir a frota é “melhorar a resiliência e reduzir o risco geral, a exposição cambial e a alavancagem”.

Um dos maiores gastos das companhias aéreas costuma ser com o leasing de aviões. Com a reestruturação financeira, a Azul espera reduzir esses custos com arrendamentos em US$ 744 milhões até 2029. Além disso, com menos aeronaves, a Azul também terá menos despesas com manutenção e um crescimento reduzido da oferta.

Saída do Chapter 11

Ao entrar com o pedido de recuperação judicial, a Azul conta com uma poio de US$ 1,6 bilhão em financiamento, a eliminação de mais de US$ 2 bilhões em dívidas e previsão de até US$ 950 milhões em novos aportes de capital ao sair do processo – desse montante, US$ 300 milhões viriam de possíveis investimentos da United Airlines e American Airlines.

A United já possuía uma participação na Azul no passado e mantém uma parceria de longa data para compartilhamento de voos e conexões. Algo parecido deve acontecer com a American, que já possui um acordo com a Gol.

“Nossa malha, combinada com os parceiros Gol e Jetsmart, e a força da rede da Azul, oferecerá aos nossos clientes uma conectividade ainda maior nas Américas. Estamos entusiasmados em apoiar esse processo e em fazer parte do futuro da Azul”, disse Stephen Johnson, Vice-Chair e Chief Strategy Officer da American Airlines.

Apesar da redução de frota e das dívidas atuais, a companhia garante que nada muda para o passageiro: as vendas de passagens aéreas continuam normais e seu programa de fidelidade segue ativo. Se tudo correr bem, a previsão da Azul é concluir todo o processo do Chapter 11 no início de 2026.

O pedido de recuperação da Azul ocorre após meses de especulações sobre uma possível fusão da Azul com a GOL, que também pediu recuperação judicial nos EUA e está se encaminhando para o fim do processo. A Latam também já fez o mesmo em 2020 e hoje domina o mercado da aviação nacional.

Com a atual situação, os acordos entre a possível fusão com a Gol devem ser pausados e retomados assim que a Azul se livrar do processo.

*com informações do jornal O Globo.

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